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Associações portuguesas unidas contra a ultra fast fashion

  • anivec
  • Sep 29
  • 2 min read
César Araújo e Mário Jorge Machado
César Araújo e Mário Jorge Machado

A ANIVEC e a ATP assinaram, juntamente com associações europeias de mais 16 países, uma carta na qual pedem à Comissão Europeia que tome medidas concretas, e rápidas, contra as plataformas asiáticas de comércio eletrónico de moda.

César Araújo, presidente da ANIVEC, e Mário Jorge Machado, vice-presidente da ATP assinaram o documento durante um evento promovido pelas federações francesas UIT e UFIMH e pela Euratex que teve lugar na Première Vision na manhã de hoje.

Uma frente unida contra «a maior fraude fiscal do século XXI» que, garantem, é uma das causas das dificuldades que as empresas portuguesas da ITV, tal como as suas congéneres em mercados como Espanha ou Itália, estão a passar.

«Este acordo vem clarificar o que nós já vimos a dizer desde 2018», aponta César Araújo, que sublinha que o problema não é só português, é europeu. «Estamos a falar da maior fraude fiscal do século XXI. Hoje nós falamos no acordo Europa-Mercosul, que tem ganhos para a Europa de 41 mil milhões de euros, mas com esta fraude fiscal, nós perdemos mais de 40 mil milhões de euros», compara.

«É muito importante este sinal, mostrarmos que temos uma visão comum, que partilhamos e que percebemos os problemas que nos estão a ser criados de uma forma que, mais do que injusta, é um abuso das nossas regras e, ao abusarem das nossas regras, estão a fazer uma concorrência desleal, porque não têm que cumprir as nossas obrigações ambientais, não cumprem as nossas obrigações sociais e depois tem também a fraude fiscal», explica Mário Jorge Machado.

As consequências da situação estendem-se para além da indústria. «Em Espanha, em 2020, as empresas de retalho estavam a faturar perto de 21 mil milhões. Quatro anos depois, as empresas de retalho estavam a faturar 14 mil milhões. Nós estamos a destruir o pequeno retalho na Europa também com esta situação. Este é um problema transversal. Indústria, marcas, retalho. E também socialmente, porque ao destruirmos o retalho, estamos a condenar a nossa forma de viver nas cidades», considera o vice-presidente da ATP.

As duas associações prometem não ficar por aqui na luta contra a ultra fast fashion. «A ATP já teve reuniões com vários grupos parlamentares, exatamente para lhes expor o que a França estava a fazer, para defendermos que, em Portugal, se a Comissão Europeia não agir rapidamente, devemos criar uma lei semelhante à lei francesa, adaptada à nossa situação, para nós, em Portugal, pormos um travão a esta concorrência desleal», revela Mário Jorge Machado.

Uma iniciativa que é secundada pela ANIVEC, que em agosto submeteu ainda uma ação no Ministério Público Europeu para investigar a atividade das retalhistas de ultra fast fashion. «A Europa importa produtos que não cumprem as regras europeias, quer em termos de segurança para a saúde humana, quer no que vem lá dentro. E depois, não traz documentação. Toda a gente sabe disso», afirma César Araújo. «O Ministério Público Europeu vai ter que investigar. Juntamos provas e acredito que, nos próximos seis meses, vai haver uma reação a nível europeu, porque estamos a dizer basta», acrescenta.


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